Espaço exterior: a brincar e a aprender

Acredito muito nas aprendizagens desenvolvidas no espaço exterior. Acredito nos recreios, no brincar com paus, pedras, areia e lama. Acredito no subir, descer e trepar.

Acredito neste tempo sem contagem de tempo. Acredito neste tempo como um momento que não se gere pelo relógio, mas no qual se observam  e vivem interações, no qual se constroem aprendizagens.

O tempo de exterior, de recreio, de brincadeira ao ar livre é, sem dúvida, um palco privilegiado de crescimento.

Nestes momentos, gosto de olhar, mas essencialmente de ver, gosto de brincar com eles e de os ajudar a gerir as interações de um modo descontraído e suave. Gosto de entrar nas brincadeiras, de descer no escorrega e de os desafiar a ir mais longe, …

Esta semana, num momento após o lanche, levei o meu grupo para o espaço exterior. Começamos com as nossas brincadeiras, correrias, subidas e descidas e, de repente, vejo uma pequenina parada em biquinhos de pé, quase a cair com a cabeça na relva. Dirigi-me a ela: “O que estás a fazer?” - perguntei. A pequenina parou, olhou para mim e disse: “Estou a ver uma formiga”. E, nesse momento, um outro pequenino apareceu e puxou-me pela mão para irmos descobrir um tesouro. Trazia na mão um pau e levou-me a revirar umas pedras como se estivéssemos a descobrir a maior fortuna do mundo. E, quando olhei pelo cantinho do olho, lá estava a pequenina ainda a observar a formiga. :)

E o tempo de exterior é isto mesmo: um sem número de aprendizagens que vão desde o conhecimento do mundo, ao faz de conta e às interações e ainda proporcionam bem-estar.

Se nós, educadores, pensarmos nestes momentos, percebemos que conseguimos promover e desenvolver competências de todas as áreas do conhecimento a “brincar” e a explorar o espaço exterior!