Levar criança pela mão

Como deixar e ir buscar o meu filho ao pré-escolar em tempo de adaptação… e sempre

Esta questão parece um pouco estranha. A verdade é que existem pequenas coisas que podem ajudar (e muito) quando levamos e vamos buscar as crianças à creche, ao pré-escolar ou até ao 1.º Ciclo.

Existem pequenos, vamos chamar-lhes… truques, que podem ser fundamentais principalmente no tempo de adaptação.

O que devo e o que não devo dizer/fazer?

É fundamental ter sempre uma atitude positiva face à escola.

A postura dos pais, o comportamento e o estado de espírito influencia muito a criança.

Os mais pequenos precisam de sentir que os pais confiam nas pessoas, na instituição e que acreditam que estar na escola é o melhor para eles. Assim os vossos filhos irão sentir-se mais confiantes e autónomos.

À chegada – o que não fazer:

  • Não leve o seu filho ao colo.
  • Não diga às pessoas para esperarem mais um pouco que ele quer mais um miminho.
  • Não prolongue a despedida (A criança ficará na esperança de ir novamente embora).
  • Nunca a leve de volta para casa. A rotina é fundamental e assim que ela a perceber, rapidamente passará o período de adaptação.
  • Não fale, em frente à criança, sobre os seus receios (ex: ela hoje não queria vir, aconteceu alguma coisa?)
  • Não use um discurso pouco positivo (ex: Vai que é só um bocadinho. Amanhã já é fim de semana e não vens.)

À chegada – o que fazer:

  • A criança deve ser levada à escola por quem consegue despedir-se mais rapidamente e com maior tranquilidade ( o pai ou a mãe -  não se aconselham os avós, que irão sofrer muito com o choro da despedida).
  • Sempre que possível, a criança deve ser levada pela mão e nunca ao colo. Isto permite aos profissionais dar o colo de conforto e não serem a pessoa que os retira do colo do pai ou da mãe.
  • O discurso deve ser sempre positivo: “Vais-te divertir imenso! Aproveita o teu dia!”
  • A despedida deve ser o mais curta possível e o adulto deve sair confiante e não ficar a ver a criança ir embora.

À saída – o que não fazer:

  • Nunca utilizar um discurso depreciativo face ao contexto escolar: “Vês, passou rápido!”, ou então, “Como está o meu bebé? Aconteceu alguma coisa que não gostaste?”
  • NUNCA falar no que causa maior desconforto à criança. (Ex: a criança não come muito bem. À saída o foco nunca deverá ser a alimentação. Se a criança falar nessa questão deverão direcionar o discurso para algo positivo, como por exemplo: “Todos comemos durante o dia, o que eu quero saber é o que tu fizeste de divertido. Brincaste muito?”, tentando assim normalizar a questão, retirando-lhe importância).

À saída – o que fazer:

  • Receber a criança com um grande sorriso e tranquilidade
  • Ter um discurso positivo sobre a escola. Ex: “De certeza que hoje o teu dia foi fantástico. Foste ao escorrega? Amanhã vais poder voltar para continuar a brincar!”

Sim, é fácil dizer e difícil fazer. Todos nós, pais, temos inseguranças.

Não deixe de responder às questões dos seus filhos, de dar o mimo e o conforto em casa, ao final do dia, antes de sair,… mas lembre-se que quando chegar à escola, quanto mais rápido, melhor.

Claro que, enquanto pai/mãe, terá inseguranças e nunca deixe de as expor à educadora. Telefone, envie email, ou marque um atendimento, mas não fale à frente do seu filho. Ele tem de perceber que o adulto de referência está muito seguro e feliz de o deixar naquela escola. Vá embora rápido, nem que volte de seguida para perceber como o seu filho ficou, mas deixe que ele perceba que o deixou confiante.

E, sim, vai doer, vai esperar o telefone tocar para receber notícias, mas vai passar e vai ficar tudo bem e quanto mais depressa os adultos estiverem bem, mais depressa as crianças também vão ficar.

Afinal de contas, é uma mudança e todas as mudanças trazem alguma alteração. Mesmo nós, adultos, quando temos mudanças nas nossas vidas ressentimo-nos, mas somos capazes de as gerir e expressar. Os nossos filhos expressam com choro e alguma "birra" :)

Não é fácil, sejamos honestos! Também deitei algumas lágrimas quando deixei o meu filho nos primeiros dias de escola. Ele nunca viu, e fiz com que ele acreditasse que era o melhor para ele… e é mesmo!