O desfralde diurno e noturno. Como se faz?
O desfralde é sempre um assunto que deixa os pais um pouco ansiosos. Quando começar? Será que o meu filho já está preparado? Como é que sei que é o momento? O desfralde processa-se em dois momentos distintos: o desfralde diurno e o desfralde noturno.
Desfralde diurno
O desfralde diurno deve ocorrer por volta dos
24 /30 meses. Nesta fase o bebé já começa a ter compreensão e muitas vezes
começa até a dar sinais de que está preparado (por exemplo, a esconder-se atrás
de um sofá para fazer as suas necessidades). A primeira fase do desfralde requer
que todos os adultos estejam disponíveis e alinhados para iniciar esta fase.
É importante assumir que quando se inicia este processo,
deve ser em todos os ambientes e por todos os intervenientes que contactam com o
bebé e não se deve, de modo algum, voltar atrás neste processo. Aconselho ainda
que esperem o tempo ficar mais quente para iniciar o desfralde. É mais fácil
quando acontecer acidentes trocar as crianças se só tiverem um calção e uns chinelos
(por exemplo) e também não é tão desconfortável para o bebé ficar molhado.
Na minha opinião, deve-se conversar com a criança e explicar que já está crescida e a partir de agora passará a usar cuecas mas tem que pedir para ir à casa de banho. Existirão vários “acidentes” e o adulto deve geri-los sempre com tranquilidade.
É muito importante que a criança esteja de cuecas, porque quando lhe é colocada a fralda-cueca, a criança não tem a noção do molhado não conseguindo percecionar que fez chichi. O adulto deve levar a criança à sanita ao fim de 30/40 minutos. Com o passar dos dias conseguirão perceber o tempo que o vosso filho é capaz de aguentar e levá-lo de acordo com as necessidades dele. Inicialmente começará por dizer: “chichi, chichi” enquanto faz, mas irão ver que em algum tempo começará a avisar previamente.
É importante que em todos os ambientes os interlocutores façam a mesma gestão. O pôr e tirar constantemente a fralda, atrasa o processo de desfralde e cria frustração à criança que não entende porquê que em determinada altura fica molhada e noutra não.
Depois poderão criar um sistema de motivação
positiva, desde oferecer uma estrelinha de cada vez que a criança consegue fazer
na sanita ou bater muitas palmas,… mas mais importante é que quando corre menos
bem, se apoie a criança e se mostre que se tem a certeza de que ela será capaz
e que correrá melhor da próxima vez. Não desistam!
Desfralde noturno
O desfralde noturno por vezes ocorre logo de seguida ao desfralde diurno, ou seja, quando este já está consistente, a criança diz que já não usa fralda e quer tirar a fralda da noite.
Porém, nem sempre este processo é tão fácil e o desfralde noturno por vezes não acontece de forma natural. Cabe assim aos pais tomarem essa decisão entre os 3 e os 4 anos.
É importante que evitem dar muitas bebidas ao final do dia à criança e também que a criança já não beba o leite ao deitar!
O procedimento deve ser o mesmo do desfralde diurno, ou seja, a família tem que estar preparada para iniciar o processo e não voltar atrás e deve-se conversar com a criança sobre o processo. Ao deitar a criança deve fazê-lo também de cuecas (e não fralda cueca) tal como no desfralde diurno.
Os pais irão perceber o tempo que a criança aguenta e deverão acordar para levar a criança à casa de banho uma a duas vezes durante a noite, pelo menos inicialmente. É normal que com o passar do tempo nem seja preciso, mas no início do processo será necessário com toda a certeza.
Convém que este desfralde seja feito quando a criança estiver num momento tranquilo da sua vida. Não é conveniente fazer o desfralde juntamente com a entrada na escola, quando está a deixar a chupeta ou quando acabou de ter um irmão, …
Neste processo é importante comprar resguardos
plásticos da cama e é fundamental ainda que ocorram acidentes, que não se volte
atrás. Para isto é preciso que os pais estejam preparados e mantenham a calma
para as noites em que será necessário mudar a roupa e a criança durante a noite.
É importante também o reforço positivo, mas mais uma vez é fundamental é que a criança se sinta apoiada em todo o processo.
Não desistam!