Quando é que voltamos à escola?
Esta questão não é colocada pelos pais, é colocada pelos mais pequeninos e quem me dera poder dizer que é já amanhã.
Pois é, nas sessões síncronas há sempre quem pergunte quando iremos voltar ao Colégio. E eu respondo sempre “Acho que já falta pouquinho para podermos brincar todos juntos”.
Educadora de infância não é uma profissão para ser exercida em teletrabalho. Claro que todos sabemos da necessidade que houve de ficarmos em confinamento. Cabe a todos e a cada um, cuidar, ajudar e ser responsável! E claro que manter o contacto é fundamental, afinal já todos esperamos ansiosamente pelo que vamos fazer juntos através do computador!
Mas sejamos honestos, as crianças querem os abraços, as gargalhadas com os amigos, as subidas e descidas nos escorregas, as atividades de lama e água, os recortes, as colagens e as pinturas por todo o lado,… os móveis à sua medida, a tranquilidade de poder mexer em tudo, a toda a hora.
E eu? Eu, enquanto educadora, estou ansiosa por voltar, por ver mexer, por proporcionar momentos de crescimento, de partilha, de interajuda e de brincadeiras. É verdade, tenho esta profissão especial em que a cada chegada e partida recebo grandes sorrisos e abraços! E já regressamos após um confinamento e sabemos como foi bom!
Na última quinta-feira, quando ia a desligar a atividade síncrona, após as despedidas iniciais vejo uma maõzinha a abanar no ar, mesmo antes de desligar. Eu disse “diz, meu amor” e do outro lado, ouvi “eu tenho muitas saudades tuas!”. O meu coração ficou tão grande que parece que nem cabia no peito. Prontamente respondi: “Também tenho muitas saudades tuas, muitas saudades de todos e em breve vamos estar juntos.”
As câmaras começaram-se a desligar e, como sempre, fiquei para o fim e lá ficou um pequenino que levou a boca ao ecrã e que deu um beijo.
Estamos a conseguir superar a distância e a viver experiências diferentes e ricas, mas que saudades!
Vamos esperar pacientemente, acreditar que as decisões serão tomadas em consciência e quando pudermos regressar, lá estaremos todos de coração aberto e (dentro dos possíveis) tudo vai correr bem!